sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sonho I (O Parente do Rei)

Um parente direto de D. Pedro de Alcântara, que chamávamos de "parente do rei" no meu sonho, vinha em uma comitiva hospedar-se na minha casa, que não era o apartamento onde moro agora, mas uma casa antiga, em mau estado e espaçosa. Eu me via quase em pânico, porque devia servi-lo durante aquele dia, mas pelo menos sabia que ele não iria pernoitar.
Eu não tinha dinheiro e a despensa estava desabastecida.
No sonho, preparei um sanduíche para o parente do rei, que havia dado uma saída e voltado (ele ficava indo e vindo dos seus compromissos longe da minha humilde morada). Assim que preparei, mandei minha filha levar para ele, que estava em outro ponto distante da casa.
Ela comeu o sanduíche.
O parente do rei pediu café, e como eu não tinha, pedi para um dos seus assessores (seu motorista, todo vestido de preto) ir comprar.
Enquanto isso, resolvi preparar outro sanduíche com o restante do queijo, pão e presunto que tinha.
Minha filha comeu novamente.

Aí acordei.

Interpretação:

Bem feito pra mim, que vou dormir preocupadíssima em saldar meus compromissos com os "parentes do rei" da minha vida: meus clientes, editoras, minha mãe, meu irmão e minha filha.
Interessantemente, no sonho eu não comia nada. Queria alimentar o parente do rei e quem acabava comendo era minha filha. Mas eu não pensava em mim.
Igualzinho à vida real.
Os parentes do rei da minha vida desperta chegam inesperadamente, pedindo ajuda, precisando ser sustentados e alimentados, não me deixam descansar, e dou um jeito (ou tento) de satisfazê-los, mas acaba faltando algo sempre - recursos, descanso, sono, paciência, no fim das contas -- porque ninguém consegue servir a tantos amos sem prejudicar alguém (no caso, sou eu mesma a maior prejudicada sempre).

Revolta?

Não, não sinto.

Só de vez em quando................

quarta-feira, 27 de maio de 2009




(chocante)
Eu faço a minha parte. Procuro ser o mais ambientalmente correta possível (separo lixo, economizo energia, nem tenho carro, poupo água, não desperdiço nada).
Às vezes, parece que já é tarde demais para salvar o planeta.
E quando digo "salvar o planeta", não é só da boca pra fora.
Essa é realmente uma preocupação grande que tenho, quase todos os dias (ou melhor, tenho duas preocupações, fora as mais mundanas: o que estamos fazendo com o planeta e o que os homens estão fazendo com eles mesmos).

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A propósito...

A negatividade é que faz com que certas pessoas vivam sufocadas por problemas,
ou os problemas é que as levam a ser sufocadas pela negatividade?

Quanto a mim, miro sempre o alto e tenho uma fé inabalável em mim, em Deus e no poder de abrir a mente para o bem. Não tenho tempo pra me queixar (nem vocação para vítima).

domingo, 3 de maio de 2009

"Família pode ser aquilo que você quer que ela seja"

Tentei resistir a mais uma recomendação de filme, mas não consegui.
Assisti "A Home at the end of the world" uns cinco dias atrás e deixei os dias passarem para ver se o filme me saía da cabeça. Além de não sair, tenho certeza de que se transformou em um dos meus filmes favoritos de todos os tempos.
Baseado no romance de Michael Cunningham, a tradução do título para o português é enganosa, porque não traduz o espírito do filme. "Um lugar no fim do mundo" não dá a mesma idéia de "Uma casa (ou um lar) no fim do mundo".
Quando o filme começa, tem-se a impressão de ser uma historinha boba, mesmo porque os cabelos dos personagens são hor-rííííveis, muito mal feitos mesmo, e o segundo "Bobby" (já que o personagem tem dois atores, até chegar ao Bobby adulto, encarnado pelo Colin Farrell) é um garoto horroroso e parece um gnomo, mais ainda com aquela peruca dura, seca e mal ajustada.
Entretanto, mesmo durante a primeira e segunda fase do personagem, já vemos pérolas literárias e cinematográficas.
Quando o Colin Farrell entra em cena, eu me rendo - não gostava quase nada dele.
O filme é sobre solidão, AMOR em todos os sentidos, generosidade e destino.
NÃO é um filme gay (pelo menos na minha modesta opinião, já que encontrei muitos pontos em comum entre a trama e a história que eu mesma escrevi em 2000, muitos mesmo).
Sissy Spacek também está fabulosa como Alice, mãe de Jonathan (Dallas Roberts).
Os personagens são encantadores, a história é ótima e o roteiro, felizmente, foi escrito pelo próprio autor do livro, de modo que provavelmente é bastante fiel (posso confirmar isso daqui a algum tempo, já que pretendo comprar o livro original).
Além de todos os méritos, a trilha sonora é perfeita. O que é Laura Nyro cantando "It's gonna take a miracle"???!
E a última cena, em que aparecem os créditos, é uma das mais bonitas que já vi.
Quando o filme terminou, senti uma mescla de emoções: tristeza, melancolia, alegria por estar neste "grande e belo mundo onde tudo pode acontecer" e feliz por ter visto um filme tão delicado.
Cenas do filme estão aí embaixo, mas cuidado, pode dar uma impressão errada.

Um Lugar no Fim do Mundo